Quem é fã de gente que já morreu, vive se perguntando como estaria, hoje, tal artista se estivesse ainda vivo. Como teria sido (realmente) o próximo disco de Jimi Hendrix? Renato Russo ainda estaria na Legião Urbana? E os Mamonas? Teriam continuado a fazer sucesso? Pois é... Só suposições. Em alguns casos, no entanto, a gente consegue descobrir: Vinícius de Moraes é um deles. O cara era boêmio, mulherengo, chegado num whisky (que ele chamava de melhor amigo do homem: "o cão engarrafado") e viveu um longo período de sua produção artística durante a ditadura (aliás, este era um grande pretexto para a "genialidade" de muitos músicos e letristas, pois, assim que os militares voltaram para os quartéis, nada de qualidade foi lançado por muitos ícones desse período).
Mas, voltando ao Poetinha, em uma de suas últimas entrevistas, suas expectativas ficaram claras, e são bem compreensíveis devido ao momento político vivido em 1979: "Acho que uma volta a uma democracia relativa já seria muito bom sabe! E sobretudo o povo ter liberdade - isso me parece fundamental". Ok, nesse quesito, Vinícius estaria satisfeito hoje em dia, aos seus 97 anos. A democracia brasileira vem se fortalecendo e o povo tem liberdade. Ele continua: "Quer dizer, ver as pessoas felizes, contentes, com as caras alegres, sem angústia". Bom... aí a coisa muda, afinal essa liberdade e democracia dão mais trabalho ao povo do que a ditadura, quando tudo já está decidido mesmo. As caras não estão tão alegres assim.
O ex-diplomata segue: "E, sobretudo, haver a realização, ou pelo menos um arremedo de realização, de uma organização social mais justa, com uma melhor distribuição da riqueza, uma reforma agrária legal. Isso eu gostaria de ver: os problemas sociais mais graves resolvidos ou, no mínimo, colocados num bom caminho. Isso já me daria um pouco de paz, de calma, de uma tranquilidade bastante maior do que aquela que eu tenho hoje". Na maioria desses temas, Vinícius estaria mais feliz. A renda aumentou, há um "arremedo de realização" no ar, reforma agrária ainda fica a desejar, mas alguns dos problemas mais graves estão em um bom caminho, temos mais esperança, de fato. Os sonhos de Vinícius ainda estavam distantes em 1979, mas a caravana seguiu seu rumo.
Quanto ao Hendrix, que sonhava com o dia em que a música se tornaria mais importante do que a política, parece que alguns séculos ainda serão demandados. Renato Russo, infelizmente, segue atual e seu brado: "Que país é esse?" merece ser entoado em muitas situações do cenário brasileiro de 2011. Os Mamonas? Nesse caso eles não almejavam nada específico para o mundo, mas, se quisessem apenas sucesso, iam gostar de saber que, até hoje, 15 anos depois de sumirem dos radares, nenhuma festa de karaoke termina enquanto não se canta Robocop Gay.
Mas, voltando ao Poetinha, em uma de suas últimas entrevistas, suas expectativas ficaram claras, e são bem compreensíveis devido ao momento político vivido em 1979: "Acho que uma volta a uma democracia relativa já seria muito bom sabe! E sobretudo o povo ter liberdade - isso me parece fundamental". Ok, nesse quesito, Vinícius estaria satisfeito hoje em dia, aos seus 97 anos. A democracia brasileira vem se fortalecendo e o povo tem liberdade. Ele continua: "Quer dizer, ver as pessoas felizes, contentes, com as caras alegres, sem angústia". Bom... aí a coisa muda, afinal essa liberdade e democracia dão mais trabalho ao povo do que a ditadura, quando tudo já está decidido mesmo. As caras não estão tão alegres assim.
O ex-diplomata segue: "E, sobretudo, haver a realização, ou pelo menos um arremedo de realização, de uma organização social mais justa, com uma melhor distribuição da riqueza, uma reforma agrária legal. Isso eu gostaria de ver: os problemas sociais mais graves resolvidos ou, no mínimo, colocados num bom caminho. Isso já me daria um pouco de paz, de calma, de uma tranquilidade bastante maior do que aquela que eu tenho hoje". Na maioria desses temas, Vinícius estaria mais feliz. A renda aumentou, há um "arremedo de realização" no ar, reforma agrária ainda fica a desejar, mas alguns dos problemas mais graves estão em um bom caminho, temos mais esperança, de fato. Os sonhos de Vinícius ainda estavam distantes em 1979, mas a caravana seguiu seu rumo.
Quanto ao Hendrix, que sonhava com o dia em que a música se tornaria mais importante do que a política, parece que alguns séculos ainda serão demandados. Renato Russo, infelizmente, segue atual e seu brado: "Que país é esse?" merece ser entoado em muitas situações do cenário brasileiro de 2011. Os Mamonas? Nesse caso eles não almejavam nada específico para o mundo, mas, se quisessem apenas sucesso, iam gostar de saber que, até hoje, 15 anos depois de sumirem dos radares, nenhuma festa de karaoke termina enquanto não se canta Robocop Gay.
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